Causas
Estima-se uma incidência anual de 4,0 casos por 100.000 habitantes anualmente. Há predomínio no sexo feminino, em torno de 60% dos casos. Comumente afeta indivíduos acima de 50 anos (6a e 7a décadas de vida), sendo incomum antes do 40 anos.
Na prática diária, questões bastante frequentes são: Qual a causa da dor?
Existe tratamento?
As causas da neuralgia trigeminal podem ser:
- Compressão vascular, ou seja, um vaso sanguíneo pressionado contra a raiz do nervo trigêmeo.
- Esclerose Múltipla – a neuralgia do trigêmeo aparece mais frequentemente em casos avançados das esclerose múltipla.
- Tumor cerebral pressionando o nervo trigêmeo – causa rara.
- Danos físicos ao nervo – por procedimento odontológico ou cirúrgico, infecções.
- História familiar – a neuralgia trigeminal familiar é uma condição rara (1 a 2% de todos os casos).
O nervo trigêmeo é conhecido na medicina como o quinto nervo craniano. Ele se divide em três ramos responsáveis pela sensibilidade da face. (Figura 2) As pessoas com NT podem ter um ou mais ramos afetados, sendo a dor mais comumente unilateral. Dor em ambos os lados da face é incomum. Ataques repentinos de dor podem ser desencadeados pela escovação, mastigação, fala ou até pelo toque na face.
Se o médico acredita que se trata de neuralgia do trigêmeo, é muito importante uma avaliação cuidadosa para determinar exatamente quais as áreas afetadas pela dor. Para o diagnóstico adequado é fundamental eliminar outras condições que podem apresentar sintomas semelhantes, como sinusite, tumores e cáries dentárias. A avaliação por imagem pode ser feita pelo exame de ressonância magnética, que auxilia o médico a determinar se a neuralgia é causada por doenças como tumores cerebrais ou esclerose múltipla.
A ansiedade em busca do alívio da dor no momento da consulta é comum. Queixas como “essa é a dor mais forte que já senti” e “nada alivia minha dor” são frequentes. Existem atualmente alternativas eficazes para tratar a dor trigeminal. O tratamento inicialmente é medicamentoso, com controle da dor na maioria dos casos. Naqueles em que o tratamento medicamentoso não é eficaz ou não é tolerado, podemos optar pelo tratamento cirúrgico. A cirurgia pode acabar com a compressão exercida sobre o nervo por um vaso sanguíneo, ou causar um dano ao nervo trigêmeo que impeça que os sinais dolorosos descontrolados persistam. É possível acabar com a dor, mas é preciso esclarecer que trata-se de uma doença crônica e que pode ocorrer recorrência dos sintomas.
Não existem orientações de como prevenir o desenvolvimento da neuralgia trigeminal. Trata-se de uma doença pouco debatida e muitas vezes subdiagnosticada. No entanto, pode interferir profundamente com a qualidade de vida daqueles que sofrem com a dor. Por isso é fundamental a avaliação de um especialista e o início do tratamento o mais breve possível para controle da dor.