Essa técnica encontra sua melhor indicação nos casos de tumores provenientes do próprio tecido cerebral principalmente os gliomas. Esses frequentemente envolvem áreas eloquentes (áreas nobres) e possuem comportamento extremamente infiltrativo, sendo mal delimitados tanto na inspeção cirúrgica como por técnicas avançadas de neuroimagem (como a ressonância). Por essas características durante muitas décadas houve uma tendência a não abordar muitas dessas lesões que são cancerígenas ou pré-cancerígenas, ou a realizar apenas biopsia ou ressecção limitada devido aos riscos elevados de sequelas. De fato, muitas séries cirúrgicas antigas relatam uma taxa pós-operatória de déficit grave permanente entre 13% a 27,5%. Contrastando com as séries mais modernas com o paciente acordado, com taxa pós operatória de déficit grave em torno de 3,5% a 6,5%.
Para realizar tal procedimento é necessária uma equipe multidisciplinar bem preparada, envolvendo neurocirurgião, anestesiologista, fonoaudiólogo, neuropsicólogo, neurooncologista, enfermeiro, neurointensivista, etc.
Trabalhamos juntos com o intuito de avaliar a melhor forma de realizar cada procedimento, oferecendo uma abordagem individualizada, segura e sem dor para o paciente. É fundamental uma estrutura hospitalar adequada, o que foi possível no hospital São Carlos aonde em 17/05/17 realizamos o primeiro procedimento dessa natureza em um hospital de rede privada no Ceará.